domingo, 27 de janeiro de 2008

Procuradoria da República levantou provas dos ataques na TV para entrar com ação contra Requião

Para fazer prova contra o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), e pedir à Justiça que o proibisse de hostilizar rivais políticos e desafetos, o Ministério Público Federal selecionou dezenas de manifestações do governador paranaense transmitidas no programa Escola de Governo, que a Rádio e TV Educativa do Paraná (RTVE) leva ao ar às terças-feiras, ao vivo. Segundo o Ministério Público Federal, o programa virou palco de promoção pessoal e palanque político. O desembargador Edgard Lippmann Júnior, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, acolheu ação da Procuradoria da República e ordenou ao governador que se abstenha de insultos a opositores, imprensa e órgãos oficiais. Requião se diz alvo de pressões. Ele afirmou que vai à ONU e a outros organismos internacionais para denunciar a "volta da censura no Brasil". Um de seus alvos corriqueiros do governador atrabiliário é o jornal A Gazeta do Povo, de Curitiba, com linha editorial independente. Requião não se conforma. Diz ele, no seu descontrole populista: "Todo mundo está vendo a luta do governo do Paraná contra a mídia comercial. Jornais, TVs, revistas e rádios que regulam sua opinião conforme o dinheiro que recebem do governo. Agora tudo mudou. O governo decidiu cortar o dinheiro da propaganda. Resultado, o governo do Paraná está sofrendo toda sorte de ataques”. Ou seja, ele se faz de vítima. A ação movida pelo Ministério Público Federal diz: "O réu, Roberto Requião, tem diuturnamente utilizado de forma indevida a Educativa como instrumento de promoção pessoal, violando, assim, a Constituição. Essa reiterada conduta deve ser inibida, sob pena de se comprometer o Estado democrático de direito. A fala de Requião evidencia prática de atos com o propósito de enaltecer seus feitos". Em um dos pronunciamentos anexados à ação, ele diz: "Nós somos o governo que zerou o imposto da microempresa, da tarifa social da Sanepar, o governo que não cobra energia elétrica dos mais pobres, o governo que estimula o desenvolvimento econômico e financia tratores”. Para a procuradoria, "não há dúvidas que o Escola de Governo, ao lado das propagandas veiculadas pela Educativa, é o principal meio utilizado pelo réu na promoção de seus feitos. Toda terça-feira, o réu utiliza o espaço para auto-elogiar-se”.

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