quarta-feira, 19 de março de 2008

Chile condena 24 torturadores da ditadura militar

Uma condenação à prisão perpétua, cinco a 20 anos, quatro a 15 anos e outras penas menores foram estabelecidas pela juíza Ema Díaz para 24 oficiais e suboficiais da polícia, todos da reserva, pelos crimes de seqüestro, homicídio e tortura de 31 opositores à ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Entre os condenados estão o coronel Adrian Fernández, condenado à prisão perpétua, além do general Nelson Rodríguez, e do tenente-coronel Antonio Barros, ambos com penas de 15 anos de prisão. Na condenação mais numerosa até agora de repressores que atuaram durante a ditadura de Augusto Pinochet, cinco suboficiais foram condenados a 20 anos de prisão, dois suboficiais a 15 anos, 13 suboficiais a quatro, e um suboficial a cinco. A juíza Díaz se negou a aplicar anistia e prescrição aos autores e cúmplices das violações aos direitos humanos, e incluiu em sua sentença a condenação a torturas praticadas contra nove prisioneiros que conseguiram sobreviver. Das 31 vítimas dessas violações dos direitos humanos, perpetradas entre setembro e outubro de 1973, em Osorno, a 922 quilômetros ao sul de Santiago, seis foram executadas, e seus corpos foram recuperados por familiares; 15 estão desaparecidas, e 10 sobreviveram às torturas. Uma das sobreviventes é a então prefeita de Entre Lagos, Blanca Valderas, caso que a juíza qualificou como tentativa de homicídio. Valderas foi levada por policiais a uma ponte sobre o rio Pilmaiquén, junto a outros presos, que foram mortos e atirados ao rio. Como seu fuzil travou, um oficial golpeou Valdera e a lançou ao rio. Ela nadou e chegou a uma casa onde se refugiou e ficou escondida durante cinco anos, até mesmo de seus filhos. Seu marido, Joel Fierro, está desaparecido.

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