sábado, 1 de março de 2008

Iraque aprova execução de “Ali, Químico”

A Presidência do Iraque aprovou a execução de Ali Hassan al-Majeed, conhecido como “Ali Químico”, primo e um dos aliados mais próximos do ex-presidente iraquiano, Saddam Hussein. Al-Majeed, condenado por genocídio e responsabilizado pela morte de 100 mil curdos em uma campanha militar no norte do Iraque em 1988, a operação Anfal, deverá ser executado nos próximos 30 dias. Al-Majeed ficou conhecido como “Ali Químico” pelo uso intenso de gás mostarda e outros elementos químicos na campanha contra os curdos. Ele foi condenado em junho do ano passado junto a outros dois ex-colaboradores de Saddam, o chefe militar Hussein Rashid al-Tikriti, e o ex-ministro da Defesa, Sultan Hashem. Os três deveriam ter sido enforcados em outubro passado, mas a condenação de Hashem causou uma disputa política, depois que líderes sunitas afirmaram que ele não era moralmente culpado, pois “estava apenas cumprindo ordens”. Na ocasião, o vice-presidente sunita Tareq al-Hashemi se recusou a assinar a sentença. A Presidência então entrou em disputa com o primeiro-ministro, que também criticou a embaixada americana por não entregar os três prisioneiros para a execução. Eles permanecem sob poder dos Estados Unidos. Agora o conselho da Presidência aprovou a sentença, mas apenas para "Ali Químico", cuja execução deve ser realizada nos próximos 30 dias, segundo as leis iraquianas. A Anfal (Espólios de Guerra) ocorreu entre fevereiro e agosto de 1988. Oficialmente, foi uma campanha de repressão contra o movimento separatista curdo no norte do país. Com a morte de 180 mil civis, os curdos vêem a campanha como um genocídio. Foram usados gás mostarda e agentes nervosos nos ataques. Outras vítimas foram sumariamente executadas, ou morreram em cativeiro.

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