segunda-feira, 21 de abril de 2008

Laudos periciais dizem que pai e madrasta mataram a menininha Isabella

Laudos dos peritos do Instituto Médico Legal e do Instituto de Criminalística de São Paulo apontam que havia marcas de sangue em três pontos do carro de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina Isabella, assassinada em 29 de março. Os laudos apontam também outros indícios que implicam o casal no crime. Os laudos apontam que eram do pai da menina as três pegadas encontradas na cama do quarto dos irmãos de Isabella, de onde a menina foi arremessada pela janela, no sexto andar de um edifício na Zona Norte de São Paulo. Os peritos também concluíram que as marcas deixadas no pescoço de Isabella são compatíveis com o tamanho das mãos de Anna Carolina Jatobá. Os laudos da perícia são peças técnicas, resultado das várias visitas dos peritos ao local do crime e do exame do corpo da vítima. O trabalho foi registrado em três conjuntos de laudos. Um deles trata da imagem do carro de Alexandre Nardoni e Anna Carolina, gravada pelas câmeras do prédio da frente. Ao contrário do que os peritos pretendiam, não foi possível precisar a hora que o casal chegou. Outro documento é sobre o corpo da menina, e traz a causa da morte: politraumatismo (várias fraturas). O quadro foi agravado pela asfixia que Isabella sofreu quando ainda estava dentro do apartamento. O conjunto de laudos mais complexo é aquele que retrata a cena do crime, o que inclui o carro dos Nardoni. Os peritos concluíram que havia sangue dela no encosto do banco dianteiro, atrás do motorista, no assoalho entre as duas fileiras de bancos e na lateral da cadeirinha de bebê, no banco de trás. O sangue de Isabella no carro da família era a prova pericial que a polícia guardava em sigilo. Durante a investigação, peritos chegaram a dizer que os vestígios eram insuficientes para fazer o exame e que não tinham certeza se o material era sangue. Mas se tratava de uma estratégia. A defesa só teve acesso a essa informação na sexta-feira, durante o interrogatório do pai da menina. Os peritos fizeram ainda uma simulação: um homem com a mesma altura de Alexandre Nardoni jogou uma boneca pelo buraco de uma rede de proteção. A rede deixou marcas na camiseta que o homem usava. Marcas do mesmo tipo foram encontradas na camiseta do pai de Isabella. No quarto de onde Isabella foi jogada, havia três pegadas. Todas de Alexandre Nardoni. Pela simulação da perícia, ele subiu na cama das crianças e se desequilibrou. Os peritos também afirmam que a única forma de entrar no prédio sem ser visto seria escalando o muro. Mas eles não acharam sinal algum de invasão, e descartaram a possibilidade de existir uma terceira pessoa na cena do crime, além do casal. Os pingos de sangue de Isabella faziam um caminho da porta de entrada do apartamento até o quarto de onde ela foi arremessada. Quando o sangue pingou, Isabella estava a uma distância entre 1,2 metro e 1,5 metro do chão. Os peritos consideraram que a menina, ferida, era carregada por alguém que tem a altura compatível com a de Alexandre Nardoni, o pai. Os peritos afirmam ainda que a fralda encontrada no apartamento, suja de sangue de Isabella, já havia sido usada dentro do carro. Tanto a fralda, como uma toalha sujas de sangue foram lavadas no mesmo dia. Mas o sangue deixou vestígios. É inacreditável o que a loucura humana é capaz de fazer. Infanticídio é um dos maiores crimes que um ser humano pode praticar.

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