segunda-feira, 14 de abril de 2008

Lula escala publicitário João Santana para orientar Dilma

Preocupado com os efeitos do tiroteio na direção da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, alvo da oposição após o vazamento de dados de dossiê elabora contra o ex-presidente Fernando Henrique, o presidente Lula escalou o publicitário João Santana, seu marqueteiro particular, para ajudar a "mãe do PAC". Lula avalia que Dilma é "vítima" de “conspiração orquestrada por adversários”, temperada pela guerra de grupos dentro da Casa Civil, e está disposto a defendê-la. "Não sei qual o incômodo que as pessoas podem ter com a Dilma", afirmou o presidente, em Haia, na Holanda. Ao ser questionado se a chefe da Casa Civil ainda está forte, Lula respondeu com outra pergunta: "E qual a razão para ela não estar forte?" Com um discurso recheado de elogios à ministra, o presidente insistiu em que Dilma é "extremamente importante", além de "coordenadora excepcional", com "função primordial" no governo. "É a mulher que faz o PAC acontecer 24 horas por dia, e por isso eu disse que ela é a mãe do PAC”. Ou seja, Lula está fazendo exatamente igual ao momento em que explodiu José Dirceu do governo, ou como fez com Antonio Palocci. O marqueteiro dá orientações a Dilma desde o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em janeiro de 2007. A crise do dossiê, porém, aproximou ainda mais os dois. Primeira medida depois da entrada do marqueteiro Santana em campo: ele aconselhou Dilma a sair da defensiva e enfrentar a oposição, e ela mandou ofício à Comissão de Infra-Estrutura do Senado, aceitando prestar esclarecimentos sobre a usina hidrelétrica de Belo Monte e as obras do PAC. Em conversas reservadas, servidores ligados a José Dirceu afirmam que Dilma Rousseff berra, humilha e distribui broncas na Casa Civil. Segundo eles, os ataques de nervos atingem não apenas funcionários, mas também importantes secretários e ministros. Sustentam, ainda, que a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, cumpriu ordem de Dilma para montar o dossiê antitucano e repassou a determinação aos subordinados. Já funcionários mais afinados com Dilma Rousseff querem jogar a crise no colo do secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, auditor do Tribunal de Contas da União, levado para o cargo por José Dirceu em janeiro de 2003.

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