segunda-feira, 9 de junho de 2008

Declarações de Busato criaram uma grande rachadura na base do governo Yeda Crusius

As declarações feitas pelo ex-chefe da Casa Civil do governo gaúcho na conversa gravada que manteve com o vice-governador Paulo Afonso Feijó, e que veio a público na sexta-feira, provocaram uma enorme fissura nas relações do governo com pelo menos dois partidos: o PP e o PMDB. O PP pode até sair do governo; já o PMDB não sairá do governo em nenhuma hipótese, porque não é do seu gênero. O PP ficou indignado e disse que irá entrar na Justiça exigindo que Busato explique suas declarações. Ou seja, também é uma medida judicial fria, pró forma. No diálogo gravado pelo vice-governador, Paulo Feijó, o ex-chefe da Casa Civil afirma que o PMDB é financiado pelo Banrisul e o PP, pelo Detran e Daer. O presidente do PP, deputado estadual Jerônimo Goergen, ficou indignado com a gravação: “O Busato nem é amigo do Feijó, como quis ter um papinho franco assim? Ele tentou enfraquecer a imagem de partidos que já estão sofrendo com erros individuais”. O PMDB, acusado por Busato de se financiar com recursos originários mensalmente do Banrisul, convocou uma reunião extraordinária para esta segunda-feira para discutir a gravação. Misteriosamente, o presidente do partido, senador Pedro Simon, ficou em silêncio e continua em silêncio. Ele é o padrinho direto da nomeação e sustentação do presidente do Banrisul, Fernando Guerreiro de Lemos, acusado pelo vice-governador de conduzir uma gestão lesiva aos interesses do Estado na presidência do Banrisul. Acabou falando pelo PMDB seu secretário geral, deputado federal Eliseu Padilha: “Não cogitamos sair do governo. Por que razão nós tínhamos de entrar nesta discussão? Não envolve ninguém do PMDB. O chefe da Casa Civil, na minha opinião, estava numa missão de paz, tentando costurar um acordo. Agora, ele vai ter de responder pessoalmente pelo que disse. Queremos saber quem, quando e quanto recebeu em nome do PMDB. Tenho certeza de que a resposta que será dada, tanto pelo Feijó, quanto pelo Busatto, é que ninguém sabe de nada. Então nós vamos propor uma ação de responsabilidade tanto penal quanto cível”. O PMDB procura um porto seguro.

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