domingo, 1 de junho de 2008

Deputado Álvaro Lins preso e solto por decreto legislativo aprovado às pressas

O deputado estadual Álvaro Lins (PMDB-RJ), preso na quinta-feira pela Polícia Federal, durante a Operação Segurança Pública S.A., que desarticulou um esquema de lavagem de dinheiro, facilitação de contrabando e corrupção, sai livre na sexta-feira, logo após a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro aprovar a toque de caixa um projeto de resolução que considerou inconstitucional a sua prisão. O projeto foi aprovado com 40 votos favoráveis, 15 contrários e nenhuma abstenção. Para ser aprovado, o projeto precisava de 36 votos. A Assembléia do Rio de Janeiro tem 70 deputados, 17 deles do PMDB, a maior bancada. Conforme os picaretas corporativistas da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, Álvaro Lins tem foro privilegiado tem foro privilegiado e por isso sua prisão precisa da aprovação da Casa Legislativa para ser efetivada. Ocorre que ele foi preso em flagrante pela Polícia Federal, o que é previsto em lei. Documentos encontrados em sua casa comprovam o envolvimento de Álvaro Lins em um esquema de ajuda a criminosos, conforme a Polícia Federal. O presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, criticou a revogação da prisão de Lins: "Traz perplexidade à sociedade a possibilidade de se cassar uma decisão proferida pelo Judiciário por um ato político, que tem muito mais a aparência de corporativista e coleguismo inoportuno do que uma reação a uma suposta decisão arbitrária e ilegal da Justiça". O Tribunal Regional Federal da 2ª Região decretou a prisão de dez pessoas, e o Ministério Público Federal denunciou 16, incluindo o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PMDB). Para a Polícia Federal e a Procuradoria da República, Álvaro Lins e Garotinho mantiveram um esquema com policiais corruptos que protegia os contraventores Rogério Andrade e Fernando Iggnácio na guerra pelo controle de caça-níqueis no Rio de Janeiro. Os bens de Álvaro Lins foram seqüestrados.

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