segunda-feira, 9 de junho de 2008

E-mail prova laços antigos entre Paulinho da Força Sindical e BNDES

Um e-mail capturado pelos peritos da Polícia Federal, datado de 26 de janeiro de 2005, faz um laço de mais de três anos entre o esquema de desvio de recursos do BNDES e o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical. A mensagem, enviada por Marcos Mantovani, da Progus Consultoria, ao lobista e então conselheiro do banco estatal João Pedro de Moura, informa que Gaspar (José Gaspar, vice-presidente do PDT paulista) "achava importante" apresentar o esquema da consultoria a Paulinho. A Progus cobrava uma "taxa de sucesso" sobre financiamentos concedidos pelo BNDES e, segundo os federais, repartia o valor entre os envolvidos na liberação da verba. É o que Mantovani descreve, em outro e-mail obtido pela Polícia Federal, como "um esquema de parceria típica de negócios e política", no qual explica a sistemática da atuação da consultoria a um funcionário. A mensagem que aponta o laço de mais de três anos entre o deputado e Mantovani, e pede para o lobista Moura "agitar" um encontro, é apresentada no "Relatório de Inteligência Policial - Deputado Paulinho - ‘PA’", da Polícia Federal. O documento tem 89 páginas e relaciona ainda outras mensagens eletrônicas com teor semelhante, corroborando que houve continuidade nos contatos entre o deputado e o consultor, incluindo o período de negociação e liberação das verbas para a Prefeitura de Praia Grande (R$ 123 milhões) e as Lojas Marisa (R$ 81,4 milhões), que estão sob suspeita. No dia 4 de agosto de 2006, Mantovani avisa a Mara, da Força Sindical, que recebeu uma ligação de Paulinho a respeito de uma visita a uma empresa no bairro paulistano do Bom Retiro. A mensagem, endereçada ao receptor "Paulinho - Força Sindical - Aos cuidados de Mara", pede esclarecimentos sobre quem Mantovani deveria procurar no local. No mesmo dia, em outro e-mail, o consultor pede a Mara que Gaspar retorne sua ligação. Já em 27 de setembro de 2006, pouco antes da eleição, Mantovani chegou a pedir a uma interlocutora não identificada votos para Paulinho, tratando-o como "amigo do peito".

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