sexta-feira, 27 de junho de 2008

Greve do Tesouro Nacional deve afetar leilões, repasses e salário de servidores

Os funcionários em greve do Tesouro Nacional e da Controladoria Geral da União prometem atrasar o pagamento de salários dos servidores federais e os repasses para estados e municípios. A greve também deve continuar afetando os leilões de títulos da dívida pública. Os grevistas negociam com o governo Lula a equiparação salarial com os funcionários da Receita Federal. Os servidores da Controladoria Geral da União já estão em greve desde a semana passada. Os do Tesouro, que já haviam paralisado as atividades desde a última semana, decidiram entrar em greve na quarta-feira. Durante a paralisação, o número mínimo de funcionários obrigados a trabalhar (30%) estava alocado de acordo com a determinação do Tesouro Nacional, ou seja, nas áreas mais importantes. Agora, no entanto, o movimento passa a ser regido pela lei de greves e promete deslocar esses mesmos funcionários para outras áreas. Segundo o presidente do Unacon (sindicato da categoria), Fernando Antunes, há um entendimento de que não haverá servidores nas áreas responsáveis pelos leilões semanais do Tesouro, pela liberação de dinheiro para o pagamento dos servidores federais e pelos repasses para estados e municípios. "Nem todos os ministérios devem pagar os funcionários no mesmo dia. Nos Estados e municípios, o problema mais sério é com a análise de projetos", afirmou. Ele diz também que as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) podem ser afetadas. "O Tesouro parado, é o PAC parado. A CGU parada, é o PAC sem fiscalização", afirmou. O sindicato diz ainda que as vendas de títulos públicos na internet para pessoas físicas por meio do Tesouro Direto devem continuar paradas. Apenas as recompras, para os investidores que querem revender os títulos ao governo, estão sendo feitas, sempre às quartas-feiras. Os analistas de finanças do Tesouro e da CGU tem hoje salário inicial de R$ 8.500,00. Já na Receita, o valor inicial é de R$ 10,2 mil. O Estado nacional foi assaltado por dentro por corporações de ponta do serviço público.

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