quarta-feira, 25 de junho de 2008

Ministério Público Federal apura fraude no Projovem do Rio Grande do Sul

Apontada pelo Ministério Público Federal como uma das principais operadoras do desvio de R$ 44 milhões do Detran-RS, a Fundae foi contratada sem licitação para gerir o Projovem (programa de capacitação de jovens) pelas prefeituras de Porto Alegre e de outras três cidades gaúchas. A Procuradoria Federal instaurou investigação para apurar os indícios de fraude. Na investigação da fraude no Projovem foram aproveitadas gravações da Operação Rodin, nas quais eram tratadas questões do programa federal. Um conhecido vereador de Porto Alegre está presente de maneira comprometedora nessas conversas. O contrato de R$ 9,9 milhões entre a Prefeitura de Porto Alegre e a Fundae foi assinado em 2005, pela então procuradora-geral do município, Mercedes Rodrigues (PSDB), agora secretária-geral de Governo do Rio Grande do Sul. Como Mercedes Rodrigues é procuradora do Estado aposentada, parece ser uma praga entre os procuradores de Estado acreditar que contratações de fundações de direito privado, sem licitação, são normais. É que elas se acostumaram com a Faurgs. Os indícios das ramificações da suposta organização criminosa nas prefeituras gaúchas apareceram durante as investigações que levaram à Operação Rodin. Dias depois, a prefeitura da capital decidiu não prorrogar o contrato com a Fundae. Segundo dados da prefeitura, o programa deveria oferecer capacitação escolar inicialmente a 7.200 alunos, mas apenas 1.775 foram atendidos. Escutas da Polícia Federal indicam que, para a execução do Projovem, a Fundae subcontratou a Pensant Consultoria, empresa de José Antônio Fernandes, apontado como o cérebro da fraude do Detran. O vereador de Porto Alegre envolvido gosta especialmente de cargos no Grupo Hospitalar Conceição.

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