domingo, 20 de julho de 2008

Controladores de vôo do Amazonas condenados por motim em 2007 se acham injustiçados

Os oito controladores do Cindacta-4 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo) acusados de promover o motim que interrompeu o tráfego aéreo do país em 30 de março de 2007, condenados na quinta-feira pela Justiça Militar, em Manaus, informaram que vão recorrer. As penas que eles receberam variam de dois meses a dois anos e dois meses de prisão, além da perda dos cargos. Os militares foram condenados pelos crimes de publicação ou crítica indevida, desrespeito a superior e incitamento à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar, previstos no Código Penal Militar. Entre os condenados estão os sargentos Rivelino Paiva (único que não perdeu o cargo), Lisandro Koyama, Alex Gonçalves Sá, Daniel Tavares de Lima, Walber Sousa Oliveira, Wilson Aragão, Wendelson Pereira Pessoa e Michael Rodrigues. Desencadeada em setembro de 2006 com a queda do Boeing da Gol, no Pará, a crise no setor aéreo teve seu ápice em 2007. O acidente deixou 154 mortos depois que um jato Legacy de uma empresa dos Estados Unidos bateu no avião da Gol, que seguia de Manaus (AM) para o Rio de Janeiro. Além do acidente com o Airbus da TAM, que completou um ano no último dia 17, houve paralisações de controladores no setor contra sobrecarga de trabalho e problemas nos equipamentos dos Cindactas. No desastre em Congonhas 199 pessoas morreram. A defesa dos oito controladores do Cindacta-4 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo) afirmou que a sentença foi "muito injusta". Não foi, não. Foi muito leve. Esses controladores de vôo paralisaram todo o tráfego aéreo nacional, como se fosse donos do setor públicos. "É muito injusta a condenação. A preocupação deles era com o bem-estar da população, acima das normas militares", disse o defensor público da União João Thomas Luchsinger, após o julgamento.

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