sábado, 12 de julho de 2008

CPI da pedofilia chama ex-assessor do Senado Federal para depor

A CPI da Pedofilia vai ouvir um ex-assessor do Senado Federal que é suspeito de usar um computador da Casa para divulgar imagens de sexo com crianças. O presidente da CPI, senador Magno Malta (PR-ES), suspeita ainda que pode haver mais servidores envolvidos. O economista José Carlos Jacob de Carvalho é apontado por investigação da Polícia do Senado e da Polícia Federal como responsável por armazenar material de pedofilia. Servidor de carreira do Banco Central, Carvalho foi cedido entre 2003 e 2007 para trabalhar como assessor do senador Aloizio Mercadante (PT-SP). Ele foi mandado embora do Senado em junho do ano passado, depois das investigações. De acordo com registros na Casa, ele ficou lotado nos gabinetes da liderança do governo (do PT), da primeira vice-presidência e, por último, na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos, também presidida por Aloizio Mercadante). "Eu o demiti assim que soube da denúncia, em junho do ano passado. E, quando a CPI da Pedofilia começou, fiz questão de avisar o senador Magno Malta (PR-ES)", afirma Mercadante. "Só não fiz divulgação, porque fui informado de que o caso corria em segredo de Justiça", completou Mercadante. Parece que o senador petista de São Paulo. Os gabinetes do senador Aloizio Mercadante, já se sabe, tinham “aloprado”, agora se descobre que tiveram também pedófilos. Na última semana, Mercadante foi relator do projeto de lei sobre crimes cibernéticos. Ele elaborou uma emenda que considera crime o armazenamento e a receptação de imagens de sexo com crianças. Mercadante contou que, antes de demitir Carvalho, questionou-o sobre as imagens. "Ele negou tudo, mas disse que fazia uma pesquisa sobre sexualidade. Eu disse a ele que isso era incompatível com as funções que eu havia determinado e o demiti", disse. O senador paulista contou ainda que, na época, o computador usado por Carvalho foi entregue à Polícia Federal para a realização de uma perícia. "Em abril deste ano, fui informado pela Polícia do Senado sobre a existência de imagens de pedofilia na máquina periciada", disse. Diz o senador Magno Malta: "Nós queremos ouvi-lo, porque ele usou um computador do Senado que funciona ligado a uma rede com mais de 5.000 outros computadores. Queremos saber se há mais envolvidos". Antes de ser servidor do Banco Central, Carvalho foi técnico do Ipea, entre 1986 e 1993, e também trabalhou como professor de economia na UnB (Universidade de Brasília). Ele também atuou nos governos José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, quando chegou a assumir o cargo de secretário-adjunto de Política Econômica, entre maio de 1999 e junho de 2000.

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