sábado, 19 de julho de 2008

Defesa de Daniel Dantas chama inquérito de medieval, critica Lula e fala em perseguição política

A defesa do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, criticou a ingerência do presidente Lula na Operação Satiagraha. Lula se reuniu na quinta-feira com a cúpula da Polícia Federal e com o ministro da Justiça, o peremptório Tarso Genro, para discutir a saída do delegado Protógenes Queiroz do caso. "Freqüento o ambiente da Polícia Federal há mais de 30 anos e não vejo ministro de Estado e presidente da República falando de investigação. Nunca vi um presidente da República convocando reunião para tratar de um assunto como este. Se Lula está insatisfeito, ele que mude, que altere o ministério", disse Nélio Machado, advogado de Daniel Dantas, ao chegar à sede da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Após a reunião, a Polícia Federal divulgou trechos de uma reunião da cúpula da instituição para tentar mostrar que Protógenes pediu para deixar o caso e acabar com insinuações de que o delegado foi pressionado a abandonar as investigações. Das quase três horas de reunião, a Polícia Federal divulgou menos de quatro minutos de conversa, selecionados e editados pela instituição. Nélkio Machado pediu a divulgação integral do áudio da reunião. "Por que divulgou apenas três minutos? Deveria ter divulgado toda a conversa. Tem que ter transparência", disse ele. O advogado classificou o inquérito de "medieval" e disse que por conta disso seu cliente ficaria calado no depoimento. "Esse inquérito é medieval e me manifesto contra esse inquérito medieval", disse. Machado criticou a contagem de tempo feita por Lula da investigação. "Essa devassa em que se vê o presidente da República dizer que a investigação existe há quatro anos. E o registro da Justiça diz que existe desde fevereiro de 2007. Só que nos autos aparecem em junho de 2008", disse o advogado. Na quarta-feira, ao comentar a saída de Protógenes do caso, Lula disse que a investigação existia há quatro anos. O advogado disse que existe um "viés político" na investigação e que Daniel Dantas é vítima de "uma perseguição política".

Nenhum comentário: