sexta-feira, 4 de julho de 2008

Fipe aponta que setor de serviços ressuscita indexação de preços

A volta da inflação ao dia-a-dia do consumidor resgata termos e práticas adormecidas na memória de muitos brasileiros, como a indexação de preços. Segundo Márcio Nakane, coordenador da pesquisa do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, ela dá sinais de estar de volta à economia, especialmente no setor de serviços, mas não com a mesma intensidade de 14 anos atrás, quando o Brasil convivia com altos índices de inflação e os produtos e serviços subiam em efeito dominó. Para Nakane, porém, as ferramentas utilizadas pelo Banco Central no controle da inflação vão impedir um movimento em cascata de reajuste de preços. Ele descartou também, durante divulgação do IPC de junho nesta quinta-feira, que o mercado esteja elevando os preços por conta dos efeitos de uma "memória inflacionária", de quem já viveu uma época em que os produtos dobravam de valor em um mesmo dia, de maneira disseminada. "Hoje temos um comportamento de inércia, de quanto a inflação de hoje é resultado do aumento de preços anterior, mas nada comparado ao passado. Há um resquício de memória inflacionária, mas em magnitude inferior a 14 anos atrás", disse ele. Nakane atribuiu o repasse de preços, verificado atualmente, mais ao aumento dos custos do que ao comportamento de indexação, ainda que admita que os dois fatores exerçam pressão sobre o mercado.

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