quarta-feira, 23 de julho de 2008

Governo Lula dá potente aumento nos juros, de 0,75 pontos

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira, por unanimidade, um aumento de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros, elevando a Selic de 12,25% para 13% ao ano. Trata-se da maior alta promovida desde fevereiro de 2003. Na época, a taxa passou de 25,5% para 26,5%. Desde então, as elevações, quando ocorreram, foram de 0,25% ou 0,5%. A decisão surpreendeu a maioria dos analistas do mercado financeiro, que esperavam um aumento de 0,5%o. Parte dos economistas, no entanto, já previa que o Banco Central poderia agir com maior intensidade para dar uma porrada no combate à disparada da inflação. "Avaliando o cenário macroeconômico e com vistas a promover tempestivamente a convergência da inflação para a trajetória de metas, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 13% ao ano, sem viés", informou o Comitê de Política Monetária em nota após a reunião. Esse é o terceiro aumento da taxa juros que o governo Lula promove apenas neste ano de 2008. No início do ano, a taxa Selic estava em 11,25% ao ano. Com a alta da inflação, porém, o Banco Central disparou uma nova série de aumentos dos juros para tentar segurar a escalada de preços. Antes foram feitos dois aumentos de 0,5%. Agora, os juros voltaram ao mesmo patamar de janeiro de 2007. O maior nível da taxa Selic no governo Lula foi alcançado no início do governo, justamente em fevereiro de 2003 (26,5% ao ano). Especialistas aguardam que o governo Lula ainda aumenta outras vezes a taxa Selic até o final do ano. Estimam que ela encerrará o ano no patamar de 14,25%. O mercado espera uma nova alta para 13,25% na reunião do Copom no início de setembro; outra para 13,75% em outubro; e para 14,25% em dezembro. A alta dos juros é uma tentativa do Banco Central de evitar que a inflação estoure o teto da meta para 2008. O próprio presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que, mesmo tirando os alimentos da inflação, o IPCA acumulado em 12 meses já supera os 6%. Na avaliação de Henrique Meirelles, os preços no Brasil estão sendo influenciados não só pelo aumento internacional dos alimentos, mas também pelo forte consumo interno e pelo aumento do crédito.

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