quinta-feira, 17 de julho de 2008

Grampo mostra Pitta dizendo para Naji Nahas: "Você me tirou do sufoco"

"Você me tirou do sufoco, me tirou do sufoco... Obrigado." Foi assim que o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (1997-2000) agradeceu ao investidor Naji Nahas, que prometeu entrega de dinheiro. O diálogo está em interceptação telefônica com autorização judicial feita pela Polícia Federal, realizada em 7 de novembro de 2007. Pitta é apontado pela Polícia Federal como recebedor de "recursos no mercado paralelo de moeda estrangeira" por meio de Nahas. "Certamente tais valores movimentados atualmente foram desviados da Prefeitura de São Paulo", diz a investigação. Segundo a polícia, o dinheiro seria movimentado pelos doleiros Lucio Bolonha Funaro e Marco Matalon. O operador de Bolsa Miguel Jurno Neto também é citado. Pitta, afirma a Polícia Federal, chegou a buscar pessoalmente dinheiro no escritório de Carmine Enrique, apontado como funcionário de Nahas. O carro usado pelo ex-prefeito, complementa o relatório das investigações, pertence a Edvaldo Brito, que foi secretário de Negócios Jurídicos quando ele era prefeito e, segundo a Polícia Federal, tem seu escritório de advocacia no mesmo endereço da Fundamental Consultoria, empresa da qual Pitta é sócio. Em cinco de novembro de 2007, Pitta fala com Carmine, que diz que acabara de conversar com Nahas. "Celso Pitta diz que precisa cobrir seus cheques no banco", afirma o relatório da Polícia Federal. Neste dia, Carmine diz a Pitta que R$ 30 mil já foram acertados e que mais tarde seriam repassados R$ 70 mil. A Polícia Federal afirma que, em 28 de novembro, Carmine diz a Pitta que "é mais para a frente" o pagamento do dinheiro que o ex-prefeito estava cobrando. Pitta diz que "nosso amigo", identificado nesse momento com Nahas, "não costuma falhar". Em 24 de abril deste ano, Carmine diz a Pitta que chegaram mais 40 mil, que para a Polícia Federal seriam R$ 40 mil. Pitta, complementa o relatório da investigação, fica irritado, pois achava que receberia R$ 80 mil. Em 16 de abril, Pitta diz a Naji que "sua situação é desesperadora". "Naji informa que aquele cara (Lúcio Bolonha Funaro) não tem mais nada e está tentando uma solução com o "velho" (Marco Ernest Matalon)", descreve a polícia. Em 13 de maio deste ano, Pitta liga diretamente para Nahas e pergunta se o investidor está sabendo das "dificuldades do pessoal". De acordo com a polícia, o ex-prefeito se refere aos "operadores", identificados como Bolonha Funaro, Matalon e Jurno Neto. A Polícia Federal diz que Pitta às vezes é chamado pelos interlocutores de "Maluquinho" e outras vezes de "Jabuticaba".

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