terça-feira, 15 de julho de 2008

Grupo espanhol decide sair de Aerolíneas Argentinas e negocia venda de sua participação na empresa

O grupo espanhol Marsans, proprietário da empresa Aerolíneas Argentinas, decidiu sair da companhia aérea e negocia com o governo argentino a venda da empresa. "A decisão de sair está tomada e agora se busca uma saída acordada", disseram as fontes do grupo espanhol, que se limitaram a afirmar que estão em "fase de negociação". Segundo o jornal espanhol "El País", o governo de Cristina Kirchner e o grupo Marsans chegaram a "um princípio de acordo para que nesta terça-feira seja feita a transferência das ações que o grupo espanhol tem na Aerolíneas e na empresa de vôos nacionais Austral. "Mais a frente, se definirá se a empresa voltará a ser privatizada ou ficará em mãos públicas, como aconteceu com outros casos no governo Néstor Kirchner (2003-2007)", informou o jornal. A Marsans é proprietária de 94,4% da Aerolíneas e de 97% da filial Austral, enquanto que o governo argentino conta com 5% na Aerolíneas e os empregados da companhia, 0,60%. O governo argentino havia solicitado na última quinta-feira (10) intervenção judicial na empresa, a fim de garantir as operações. A empresa reconhece uma dívida de US$ 400 milhões. Segundo fontes dos sindicatos aeronáuticos, os salários dos 9.000 empregados foram pagos com créditos do Banco Nación nos últimos meses. Antes disso, o grupo espanhol havia assinado uma carta de intenções para vender 36,4% da Aerolíneas ao empresário argentino Juan Carlos López Mena e 25% ao estado e, posteriormente, 10% para os empregados. A idéia era uma "argentinização" da companhia mediante um sistema similar ao aplicado, no início do ano, na petrolífera Repsol YPF, quando o grupo Petersen, do empresário argentino Enrique Eskenazi, obteve 14,9% da YPF. A Aerolíneas Argentinas foi privatizada em 1990, quando foi adquirida pela espanhola Ibéria. Em outubro de 2001, o grupo Marsans passou a controlar a companhia com quase 95% das ações, por um valor simbólico de US$ 1, enquanto o Estado investiu US$ 700 milhões para cobrir passivos.

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