sábado, 5 de julho de 2008

Ingrid Betancourt recebida como heroína na França

Ingrid Betancourt foi recebida como heroína nesta sexta-feira, na França, onde o presidente Nicolas Sarkozy havia feito da libertação dela uma prioridade de seu governo e milhares de pessoas tinham realizado campanha pela libertação da agora ex-refém. Ingrid Betancourt, 46 anos, foi resgatada na quarta-feira por militares colombianos depois de passar mais de seis anos em acampamentos de regiões de mata como refém dos terroristas e traficantes de cocaína das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Sarkozy e a mulher dele, Carla Bruni-Sarkozy, receberam Ingrid Betancourt e seus familiares no aeroporto em que o avião dela pousou, um avião da Presidência da República francesa enviado à Colômbia pelo governo francês. O casal Sarkozy abraçou a ex-refém e apertou suas mãos antes de abraçar também os parentes dela. "Ingrid Betancourt, seja bem-vinda. A França ama você", disse Sarkozy, visivelmente emocionado, em um breve discurso proferido na pista de pouso. Ingrid Betancourt, com lágrimas nos olhos, deu crédito ao governo francês por sua libertação, argumentando que se deveu em parte aos esforços feitos na França o fato de os militares colombianos terem decidido realizar o arriscado resgate, optando, no entanto, por uma operação que não envolveu o uso da violência. "A operação extraordinária, perfeita, imaculada do Exército colombiano, que me permitiu estar aqui hoje, é também o resultado da luta de vocês", afirmou a ex-candidata à Presidência colombiana. Milhares de simpatizantes aguardaram durante horas para ver Ingrid Betancourt na Prefeitura de Paris, em cuja fachada, desde 2004, estava dependurada uma imagem gigantesca dela. "Acho que chegou a hora de tirarmos essa coisa horrível da parede", disse Ingrid Betancourt, sorrindo, pouco antes de cortar a imagem dela mesma. Na foto, tirada no cativeiro, a ex-refém aparece magra e doente. Em polvorosa, a multidão reunida ali aplaudiu e gritou seu nome diversas vezes. Ingrid Betancourt morou na França quando jovem e possui dupla cidadania devido a um casamento hoje anulado. Nesta sexta-feira, dezenas de simpatizantes anônimos aplaudiram e choraram na recepção a Ingrid Betancourt no Palácio do Eliseu, sede do governo francês, onde a ex-refém abraçou-os e beijou-os enquanto Sarkozy sorria de orelha a orelha. Desde que tomou posse, no ano passado, o presidente buscou ativamente garantir a libertação dela, pressionando pela realização de negociações e conclamando as autoridades colombianas a evitarem uma ação militar.

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