terça-feira, 8 de julho de 2008

Ministro do Equador renuncia após intervenção em canais de TV

O ministro da Economia do Equador, Fausto Ortiz, renunciou nesta terça-feira depois de o governo ter anunciado intervenção em ao menos dois canais de televisão, devido a dívidas das empresas com o Estado. O presidente Rafael Correa se reuniu na madrugada com funcionários do governo para decidir o bloqueio dos bens do antigo Filanbanco, que faliu na crise bancária de 1999, considerada a pior da história do país, e cujas perdas chegam a US$ 661 milhões (R$ 1,05 bilhão). De acordo com um funcionário que esteve nessa reunião, Ortiz não concordou com a intervenção nos canais. A programação desses canais de televisão às vezes criticava o governo populista de Rafael Correa. A renúncia acontecido após uma discussão entre o presidente e o ministro. O governo mandou a polícia às sedes dos canais, tirou a programação do ar e designou um novo chefe de reportagem para ao menos um dos canais. A medida foi imediatamente condenada pelos equatorianos, que desconfiam de que o presidente Rafael Correa queira limitar a liberdade de expressão. Os proprietários do Filabanco, os irmãos Roberto e William Isaias, são acusados de desviar dinheiro que o Estado destinou ao banco. Ambos vivem nos Estados Unidos. O Equador solicitou sua extradição, para que sejam julgados no país. A intervenção, que afetou as populares redes Gamavisión e TC Televisión, ambos canais abertos nacionais, foi determinada pela Agência de Garantia de Depósitos (AGD) para comprovar se os canais são de propriedade de um grupo que protagonizou uma quebra bancária há uma década. A agência estatal também tomou as instalações em Quito de um pequeno canal de televisão a cabo, Cablevisión.

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