sexta-feira, 4 de julho de 2008

Nelson Jobim bate-boca com Fernando Gabeira e Chico Alencar durante audiência pública na Câmara

A discussão sobre o assassinato de três homens, do morro da Providência (região central do Rio de Janeiro), virou nesta quinta-feira um debate político sobre a disputa eleitoral na capital fluminense. Após negar o envolvimento do Exército com questões eleitorais, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e os deputados federais Fernando Gabeira (PV-RJ) e Chico Alencar (PSOL-RJ), ambos candidatos a prefeito no Rio de Janeiro, trocaram acusações sobre a participação de militares em projetos sociais. O bate-boca ocorreu durante audiência pública que reuniu três comissões permanentes da Câmara dos Deputados: Direitos Humanos, Relações Exteriores e Defesa Nacional, além de Segurança Pública. Para Fernando Gabeira e Chico Alencar, o governo federal privilegiou o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que também é candidato a prefeito pelo PRB no Rio de Janeiro, ao implementar o projeto "Cimento Social", que é de sua autoria, no morro da Providência. Segundo os deputados, a escolha favoreceu Crivella porque o morro está localizado em uma área com muita visibilidade. Jobim rebateu as acusações dos deputados, informando que o objetivo do projeto é atender a famílias carentes do morro da Providência independentemente de quem partiu a idéia. Mas o ministro reconheceu que a sugestão foi feita por Crivella. No entanto, ele disse que é "absolutamente normal" o governo executar projetos que são oriundos de emendas parlamentares. Mas os argumentos do ministro não convenceram Gabeira e Alencar. Indignados com as explicações de Jobim, os dois ressaltaram que a iniciativa do governo federal favoreceu eleitoralmente Crivella. Eles mostraram panfletos em que a imagem do senador estava associada ao projeto "Cimento Social". "Essa discussão é secundária a essa tragédia que provocou a morte de três jovens, mas deve-se debater o uso político do Exército brasileiro", afirmou Chico Alencar. "O Exército brasileiro não pode assumir como seu o projeto 'Cimento Social'", disse ele. Em seguida, Gabeira afirmou "é um projeto social absurdo porque as pessoas foram cadastradas por integrantes da Igreja Universal e não pelo programa Bolsa Família". Jobim disse que os cadastros para as obras na região foram feitos por militares do Exército e não pela Igreja Universal.

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