sexta-feira, 18 de julho de 2008

Parentes prestam homenagens às vítimas do desastre da TAM e pedem justiça

Durante o ato que marcou o aniversário da tragédia com o Airbus A320 do vôo 3054 da TAM, nesta quinta-feira, em São Paulo, os parentes das 199 vítimas da tragédia compareceram com suas dramáticas histórias pessoais relacionadas ao acidente. Às 18h48 do dia 17 de junho de 2007, o Airbus da TAM que fazia o vôo 3054, entre Porto Alegre e São Paulo, passou direto pela pista principal do Aeroporto de Congonhas, molhada pela chuva, atravessou a avenida Washington Luís, bateu contra um galpão da própria empresa e explodiu. Giselle Garcia, esposa de José Antônio Garcia, que era gerente geral de tráfego de cargas da TAM, conta que falou com seu marido após a explosão do Airbus A-320 por telefone. "Ele estava lá ajudando as pessoas feridas, no meio daquela fumaça tóxica". Ela contou que seu marido foi levado para o hospital com vida, mas que morreu no dia 19 com problemas respiratórios. "Quando cheguei no hospital, o médico me informou que seu caso era grave. Meu marido foi o último a morrer, foi a vítima 199", lembra ela. Giselle disse que compareceu ao ato pois acredita que o acidente foi uma tragédia anunciada, já que, por suas conclusões, a culpa pelo acidente foi da falta de manutenção no avião pela TAM. Giselle afirma que a pista molhada e lisa de Congonhas foi apenas um agravante na tragédia, mas que os registros da caixa preta e o relatório de um comandante da TAM sobre os problemas mecânicos da aeronave são as provas de que a empresa deve ser responsabilizada pelo acidente. Ursula Schouenher (56) que perdeu sua filha, Silvia Andréa Grunewld, (36) nutricionista, afirma que sua filha estava indo para Belo Horizonte a trabalho, e que pediu a ela na segunda-feira (16 de julho de 2007) para cuidar de sua filha Valentina, de cinco anos, pois não sabia quando ia voltar de sua viagem. Ela relata que na ocasião teve um pressentimento ruim e no dia seguinte não trabalhou à tarde. Ursula agora sofre de depressão. A TAM paga a ela um psicólogo, mas não os medicamentos que ela toma diariamente e que "são muito caros". Ela relata que sua família se desagregou após a morte de sua filha caçula. "Minha filha mais velha também tem depressão e já engordou 20 quilos", diz. Ursula viajou de Canoas a São Paulo para se solidarizar com os outros familiares e pedir justiça. O terreno onde ficava o galpão da TAM Express foi doado à prefeitura para a construção de uma praça ou memorial às vítimas. Atualmente cercado por tapumes, o local recebeu na noite desta quinta-feira um ato multireligioso que, segundo estimativas da Polícia Militar, reuniu 1.500 pessoas.

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