sábado, 12 de julho de 2008

Polícia Federal diz que lobby por supertele chegou a Dilma Rousseff, chamada de "Margaret"

No relatório da Operação Satiagraha, a Polícia Federal afirma que o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, quatro vezes eleito deputado federal (1987-2007) pelo PT, fez "tráfico de influência" e "lobby" com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em torno da venda da companhia telefônica Brasil Telecom para a Oi. De acordo com a Polícia Federal, o ex-deputado petista agia em benefício do banqueiro Daniel Dantas. O compromisso de venda da Brasil Telecom foi assinado em 25 de abril. Segundo cálculos de especialistas, Daniel Dantas recebeu mais de US$ 1 bilhão por sua parte na empresa telefônica. De acordo com o relatório de 26 de junho do delegado Protógenes Queiroz, a participação de Greenhalgh foi "fundamental na criação da Supertele, gentilmente elogiada por todos do grupo, em especial pelo cabeça da organização, Daniel Dantas". "Devido à sua condição anterior de ex-deputado federal e membro do PT, freqüenta a ante-sala do gabinete da Presidência da República, buscando apoio para negócios ilícitos do grupo, notadamente no gabinete da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e intimamente próximo ao ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu", diz o relatório de Protógenes Queiroz sobre Luiz Eduardo Greenhalgh. Para o delegado, Greenhalgh "transita nos subterrâneos dos gabinetes dos ministros do Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal em busca de decisões favoráveis ao grupo". Dilma Rousseff, tratada nas interceptações telefônicas como "Margaret" (referência à Dama de Ferro inglesa, Margaret Thatcher), teria sido procurada por Luiz Eduardo Greenhalgh em março, um mês antes da venda da empresa.

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