terça-feira, 12 de agosto de 2008

Anvisa quer limitar cirurgias para conter bactéria hospitalar

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou nesta segunda-feira que estuda limitar o número de procedimentos cirúrgicos diários no País, especialmente as que utilizam câmeras de vídeo, colocadas dentro do paciente, como a videolaparoscopia. O objetivo é reduzir o número de infecções geradas por uma bactéria presente em equipamentos de cirurgia, chamada micobactéria. Na sexta-feira a agência afirmou que o País vive uma “emergência epidemiológica”, causada pela bactéria. Há ao menos duas hipóteses para explicar os surtos dessas infecções: sujeira dos aparelhos e resistência da bactéria aos produtos de esterilização. A agência informa que, ao fiscalizar os serviços de saúde, descobriu que a aparelhagem vinha sendo apenas desinfetada --procedimento que dura em torno de 30 minutos-- e não esterilizada --procedimento recomendado e que dura cerca de dez horas. "O que percebemos é que onde tem sido aplicado procedimentos de esterilização, de forma correta e completa, não há problemas. E onde ocorreram casos e o serviço de saúde passou a adotar os procedimentos de esterilização não houve reincidência", afirma a diretora-adjunta da Anvisa, Beatriz Macdowell Soares. Com a limitação do número de cirurgias e de aparelhos adquiridos pelo serviço de saúde, a agência espera acabar com a falta de tempo para a esterilização. Em nota técnica, a Anvisa afirma que esse tipo de infecção se configura uma doença emergente, "sem registros anteriores aqui e em outros países, nessa proporção" e que a situação é grave em quase todos os estados do País. Nos últimos cinco anos, a micobactéria fez 2.102 vítimas em 14 Estados brasileiros, a maioria em hospitais privados.

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