quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Caseiro Francenildo rejeita proposta de reparação da CEF pelo estupro de sua conta bancária

O caseiro Francenildo Costa rejeitou, nesta terça-feira, a proposta da Caixa Econômica Federal de reparar com a indenização de R$ 35 mil o crime de estupro de sua conta bancária, praticado contra ele há dois anos, por ordem do ex-presidente da instituição, o trotskista gaúcho Jorge Matoso. Uma nova audiência foi marcada para daqui a dez dias pelo juiz Itagiba Catta Neto, da 4ª Vara Federal, a pedido dos representantes da Caixa. Até lá, os advogados da Caixa Econômica Federal esperam obter autorização da diretoria para chegar a uma indenização de pelo menos R$ 50 mil. O advogado do caseiro, Wlicio Chaveiro Nascimento, lembrou que o valor não se compara ao pedido inicial de R$ 17 milhões. Francenildo enfrenta dificuldades de sobrevivência desde março de 2006, quando o jornal O Estado de S. Paulo publicou seu relato sobre a mansão do Lago Sul, onde trabalhava, freqüentada pelo então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e seu amigos de Ribeirão Preto, na qual eram realizadas festas com garotas de programa e ocorreria partilha de dinheiro. Palocci era chamado no local de "chefe", como contou Francenildo na CPI dos Bingos. Francenildo acusa Palocci de ter ordenado a quebra de seu sigilo bancário, para pressioná-lo a se calar. Na audiência desta terça-feira, o caseiro Francenildo chegou a dizer ao juiz que aceitaria a indenização de R$ 50 mil, não por concordar com ela, mas por "duvidar da Justiça do País". "Se tivesse lei no nosso País, eu não aceitaria, como não tem, sou obrigado a aceitar", afirmou ele. Francenildo é um homem simples, mas é sábio. Ele tem toda razão no que diz a respeito da Justiça. Tanto que ele diz: "O que eu queria mesmo é sumir, sair daqui, esquecer de tudo o que aconteceu".

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