quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Conselho de Ética da Câmara articula absolvição de Paulinho da Força Sindical

Sob o argumento de falta de provas, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados articula a absolvição do deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (PDT-SP), suspeito de desvio de recursos do BNDES. Durante a sessão desta quarta-feira vários deputados federais anteciparam seus votos informando que não há indícios contra o colega. Por maioria, os deputados aprovaram ainda a prorrogação por mais 90 dias da discussão do processo de Paulinho no Conselho de Ética. Na prática a apresentação da conclusão, que ocorreria em setembro, deverá ser divulgada apenas em meados de dezembro. Na sessão desta quarta-feira os deputados ouviram o depoimento do delegado da Polícia Federal Rodrigo Levin, que participou das investigações da Operação Santa Tereza. Interlocutores que participaram da sessão contaram que os parlamentares cobravam detalhes do que poderia indicar o envolvimento de Paulinho. Como o processo corre em segredo de Justiça, segundo deputados, o delegado repetiu que todas as informações estão nos autos. Levin sugeriu que os parlamentares releiam com cuidado o processo no que se refere aos detalhes sobre as ONGs e a Prefeitura de Praia Grande (SP). O presidente do Conselho de Ética, o deputado federal Sérgio Moraes (PTB-RS), bateu boca com seus colegas José Carlos Araújo (PR-BA) e Dagoberto (PDT-MS). Araújo e Dagoberto cobraram de Sérgio Moraes explicações sobre suas declarações em defesa da extinção do conselho alegando dificuldades em investigar certos casos porque alguns processos judiciais envolvendo parlamentares correm em segredo de Justiça. "Quando Vossa Excelência fala, não fala mais como deputado, fala em nosso nome, em nome do Conselho de Ética. Vossa Excelência tem que evitar a imprensa, porque cada vez que fala é um desastre", disse Dagoberto. Antes, Araújo reclamou que os comentários de Sérgio Moraes causavam constrangimento a todos os integrantes do conselho. "Com essas declarações que o senhor deu, o senhor nos causa desconforto, como o senhor pode ser o primeiro a pedir a extinção do conselho?" – perguntou ele. Sérgio Moraes afirmou que seus comentários não eram em defesa do fim do Conselho de Ética, mas sobre a sensação desconfortável que tinha com o fato de o órgão não poder exigir provas e ficar limitado quando há processos correndo em segredo de Justiça.

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