sábado, 30 de agosto de 2008

Desembargadores baianos serão investigados pelo Superior Tribunal de Justiça

A juíza Liz Rezende de Andrade, da 2ª Vara Especializada Criminal, deferiu o pedido do promotor de justiça Ramires Tayrone Almeida de Carvalho e determinou o envio do processo relativo à Operação Janus (que investiga o esquema criminoso de venda de sentenças judiciais no Tribunal de Justiça da Bahia) ao Superior Tribunal de Justiça. A intenção é que ministros investiguem o envolvimento de desembargadores baianos na organização criminosa. Nas escutas telefônicas, os suspeitos (advogados, servidores e ex-servidores do Judiciário, alguns já presos, outros procurados pela polícia) citam magistrados, tanto desembargadores quanto juízes da primeira instância, como se estes fossem conhecedores e colaboradores das manipulações, muitas delas envolvendo litígios milionários e que geraram honorários de até R$ 1 milhão. Estão presos: os advogados Antônio Raymundo Magalhães de Oliveira, (ex-assessor do Tribunal de Justiça da Bahia), e Káttia Pinto Mello (funcionária do Tribunal de Justiça); Gloria Maria Moreira dos Santos, ex-servidora do Tribunal de Justiça; e Olegário Sena Miranda (estagiário em escritório de advocacia). Os foragidos são os advogados Abdon Antônio Abbade dos Reis, Cláudio Braga Mota e Gevaldo da Silva Pinho Júnior (filho da juíza Maria de Fátima Carvalho); a fazendeira Eliane Ferreira Luna (ex-servidora do Tribunal de Justiça); e Alexandre José Cruz Britto (ex-servidor do Tribunal de Justiça e procurador-jurídico de Macaúbas, cidade localizada a 682 quilômetros de Salvador). O Ministério Público denunciou à Justiça os nove e os empresários Márcio Levy Silveira, dono da Rodoarte, e Edgar Abreu Magalhães, dono da Viação Novo Horizonte; Antônio Gilberto Barbosa Azevedo (também da Viação Novo Horizonte) e Ângelo Franco Gomes de Rezende (advogado, até o último dia 24 era corregedor da Secretaria da Fazenda de Salvador).resenteados” –, há casos em que os suspeitos afirmam que determinado desembargador “só está esperando chegar um recurso de Brasília de R$ 3 milhões para a prefeitura, para poder botar o cara (prefeito) pra fora”, e falam de acordos na cúpula do TJ-BA, nominando envolvidos. “Esses quatro estão fechando com um grupo aí e não passa por ninguém”, disse Eliane Luna.