sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Karadzic denuncia "irregularidades" em sua transferência ao TPII

O ex-líder sérvio-bósnio Radovan Karadzic denunciou nesta quinta-feira "irregularidades" em sua transferência de Belgrado ao Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII). Disse ele: “Em Belgrado, fui retido de modo irregular, fui seqüestrado por civis que não conheço, não leram meus direitos, nem me foi dado acesso ao telefone para que meus amigos não tivessem que me buscar em hospitais", disse Karadzic. Diante das reservas do juiz Alphons Orie de que colocasse estas questões durante a primeira audiência oral e seu pedido de que o acusado faça isso por escrito, e com provas nas instâncias pertinentes, Karadzic respondeu: "É importante a rapidez diante das ameaças que sofro". O ex-chefe político dos sérvios-bósnios pediu nesta quinta-feira o prazo de 30 dias para se declarar culpado ou inocente ante o TPII. Karadzic afirmou que o juiz Alphons Orie "compreende perfeitamente" sua posição ao se negar a se declarar culpado ou inocente hoje, durante a primeira audiência. O juiz fixou, então, uma nova data, em 29 de agosto. Karadzic se apresentou usando terno e gravata, depois de passar a primeira noite em uma cela do centro de detenção do TPII, em Haia. Ao todo, ele enfrenta 11 acusações, entre elas de ter cometido crimes de guerra e crimes contra a humanidade. O genocida Karadzic, que liderou a República da Sérvia durante a Guerra da Bósnia (1992-1995), enfrenta acusações de genocídio pelo cerco a Sarajevo, que durou 43 dias, e pelo massacre de 8.000 muçulmanos em Srebrenica, em 1995, a pior atrocidade acontecida na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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