sábado, 9 de agosto de 2008

Tribunal de Contas gaúcho conclui sindicância inútil

Uma sindicância interna do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul concluiu que não houve atraso nas investigações do Detran, solicitadas em agosto de 2007 pelo Ministério Público Especial do próprio Tribunal de Contas. Como se não bastasse, a sindicância concluiu que não houve irregularidades na Corte. Não, nenhuma mesmo. A cara de pau dessa gente é notável. A Operação Rodin aí está, com todos os seus escandalosos resultados, e a sindicância do Tribunal de Contas gaúcho conclui que o protelamento de uma investigação requerida pelo seu próprio Ministério Público foi normalíssimo. E isso que o Tribunal de Contas só tem marajá. Ou seja, o povo gaúcho paga uma montanha de dinheiro para um serviço inútil. A inspeção extraordinária requerida pelo Ministério Público Especial foi aprovada somente em maio deste ano. Ou seja, quase sete meses depois de explodida a Operação Rodin. Essa gente parece não ter noção do ridículo. O relatório oficial da sindicância do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul não pode ser mais cínica. Diz que os técnicos do tribunal já estavam fazendo uma inspeção de rotina no órgão de trânsito, e por isso, num primeiro momento, foi concluído que não havia necessidade de uma inspeção extraordinária. O setor de auditoria externa do Tribunal de Contas (onde só se fabrica marajá) não pode ser mais ridículo. Nunca descobre nada de essencial, só fiozinho de cabelo em casca de ovo. Videversus sabe do que fala. O editor de Videversus, em novembro de 2001, apresentou uma fundamentadissima denúncia, com mais de 150 páginas, mais de 50 fatos apontados, mostrando que as admistrações do PT na prefeitura de Porto Alegre, naquela altura já com 13 anos seguidos de poder, tinham promovido nos últimos 12 anos um desvio de 52 milhões de reais. A denúncia incluía inclusive uma planilha, mostrando, por ano, até nos centavos, onde e como tinham sido desviados esses recursos, mais do que o escândalo da fraude agora apurada do Detran gaúcho, pela Operação Rodin. Junto com a denúncia foi feito o pedido de instalação de uma auditoria extraordinária no órgão que cuida da limpeza pública em Porto Alegre (DMLU – Departamento Municipal de Limpeza Pública). O presidente da época, auditor de carreira, Hélio Mileski, aprovou a realização da auditoria extraordinária nos 12 anos. Isso implicava reabrir contas de exercícios fiscais que já tinham sido aprovadas. Houve uma insubordinação, formal, da Superintendência de Auditoria Externa do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, que se recusou a realizar a auditoria extraordinária nos termos aprovados, ou seja, nos 12 anos. Só concordou em auditar os anos de 2000 e 2001. Assim mesmo, o diretor geral do DMLU, o petista Darci Barnech Campani, que foi o comandante do DMLU em 13 dos 16 anos do império petista em Porto Alegre, acabou condenado a restituir cerca de um milhão de reais aos cofres da prefeitura de Porto Alegre, que foram desviados pela administração petistas. Hoje ele briga na Justiça para não pagar o título executivo de cobrança emitido pelo Tribunal de Contas. Sabem quem era o vice-prefeito da época, e que assumiu o cargo de prefeito na renúncia do peremptório Tarso Genro? Pois bem, era ele mesmo, João Acir Verle, um auditor de carreira do Tribunal de Contas. Ele e sua mulher, Nanci, também auditora de carreira, formam o casal marajá número 1 do Estado do Rio Grande do Sul. Agora o Tribunal de Contas vem com esse conversinha de que não aprovou o pedido do seu próprio Ministério Público porque já tinha um auditoria em andamento..... Ora, é de morrer de rir. As auditorias do Tribunal de Contas são feitas de modo a não achar nada. Rege na Corte um maldito Programa de Qualidade que engessa todas as investigações. As auditorias são meramente burocráticas.

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