terça-feira, 2 de setembro de 2008

Argentina anuncia pagamento de dívida com Clube de Paris

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, anunciou nesta terça-feira o pagamento total da dívida do país com o Clube de Paris, no valor de US$ 6,7 bilhões, com o uso de dinheiro das reservas do Banco Central. O anúncio foi feito em uma cerimônia pelo Dia da Indústria, na Casa Rosada, e surpreendeu empresários e políticos presentes no encontro. O pagamento da dívida estava suspenso desde 2001. A decisão da presidente ocorre em meio a um novo fantasma sobre a capacidade da Argentina de pagar suas dívidas. Segundo analistas, o país e seus industriais têm ainda mais dificuldades de conseguir crédito no mercado internacional devido ao default de 2001 e a medidas do governo, como a de não reconhecer a alta da inflação, o que tem contribuído para o aumento da desconfiança na Argentina. Há duas semanas, os títulos da dívida do país despencaram no mercado internacional e a agência classificadora de riscos Standard & Poor's (S&P) reduziu a nota do país, sinalizando dificuldades da Argentina para cumprir seus compromissos financeiros. A queda dos títulos e a decisão da S&P ocorreram depois que a Argentina vendeu mais um lote de títulos públicos ao governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. A Argentina pagou à Venezuela 15% pela venda destes títulos, taxa que foi considerada alta demais pelo mercado financeiro. Como se vê, o tiranete Hugo Chávez é “companheiro bolivariano”, mas, negócios à parte. Além disso, tão logo comprou os títulos da Argentina, o tiranete do Caribe colocou os títulos argentinos rapidamente no mercado internacional, como se quisesse se livrar do mico, e isso contribuiu para aumentar a desconfiança sobre a Argentina. Atualmente, a Venezuela é o único credor do país. Assim, o anúncio de Cristina Kirchner é apenas um lancezinho de marketing. Sem acordo com o Clube de Paris, a Argentina não tinha mais crédito para os projetos de infra-estrutura que vinha anunciando. E para chegar a este acordo dependia de aval do FMI, o que o governo de Cristina Kirchner não quer. Assim, ela vai continuar com o seu populismo irresponsável.