quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Atentado contra gasoduto na Bolívia reduz envio de gás ao Brasil

Parte de um gasoduto próximo à localidade de Palmar Grande, no departamento de Tarija, sul da Bolívia, explodiu nesta quarta-feira após um atentado. Isso vai causar redução de 10% na exportação de gás natural para o Brasil, informou a empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). Segundo o presidente da empresa, Santos Ramírez, o atentado causou a queda nos envios de gás ao Brasil de cerca de 30 milhões a 27 milhões de metros cúbicos diários e gerará à Bolívia perdas de US$ 8 milhões ao dia. Os estragos foram produzidos em um tubo de 32 polegadas entre os campos San Alberto e San Antonio, de onde sai grande parte do gás consumido por São Paulo, o maior mercado do gás boliviano. Ramírez acrescentou que o atentado custará ao Estado boliviano US$ 100 milhões pelo conserto, que demorará entre 15 e 20 dias e pelas multas que deve pagar ao Brasil pelo corte dos envios. Também assegurou que estas despesas devem ser cobertas pelo orçamento das Prefeituras e dos comitês cívicos opositores que, no sul do país, mantêm uma onda de protestos contra o governo do cocaleiro trotskista Evo Morales há mais de duas semanas. É muito provável que o atentado tenha sido produzido por seguidores de Evo Morales, como justificativa para a implantação de um golpe de Estado, que está sendo perseguido por ele. Naturalmente, em entrevista coletiva, o cocaleiro trotskista acusou, em entrevista coletiva no Palácio de Governo, grupos de "paramilitares, fascistas e terroristas", supostamente organizados por forças opositoras que geraram uma onda de protestos sociais no leste e sul do país, de serem responsáveis pelo atentado. É possível que, para a realização do atentado, tenha sido utilizados agentes secretos venezuelanos. O presidente do Comitê Civico de Tarija, Reinaldo Bayard, negou que os manifestantes tenham explodido o gasoduto. "Não fomos nós. Foi coisa do governo para nos responsabilizar", afirmou.Bayard. Ele passou a noite em outra ocupação, na usina de Vuelta Grande, no caminho para a Argentina, onde é armazenado o gás que é enviado para o Brasil e o mercado argentino.