domingo, 14 de setembro de 2008

CPI do Grampo vai à Justiça pedir dados das Operações Satiagraha e Chacal após proibição do Supremo

A CPI das Escutas Clandestinas da Câmara vai encaminhar à Justiça Federal pedido de informações sobre as operações Satiagraha e Chacal, da Polícia Federal, depois que o Supremo Tribunal Federal decidiu que a comissão não pode ter acesso aos autos das operações. A CPI pretende encaminhar à Justiça Federal questões específicas para evitar que as informações não sejam repassadas à Câmara dos Deputados. "O presidente da CPI vai encaminhar os pedidos de informações. Não vamos pedir dados sigilosos, mas coisas específicas. O objetivo não é pedir o conteúdo integral das informações das operações, mas algumas questões", afirmou o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB-PR). A CPI quer ter acesso aos dados depois que o ministro Cezar Peluso, do Supremo, decidiu que os parlamentares não podem receber os autos das operações Chacal e Satiagraha que citam "no todo ou em parte" informações constantes nos discos rígidos do Banco Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas. A comissão havia aprovado requerimento decretando a quebra de sigilo das duas operações da Polícia Federal para conseguir acesso total à documentação, mas o Supremo impediu o repasse. Na Operação Chacal, a PF apreendeu o disco rígido, que registra 33 mil operações financeiras internacionais, entre dezembro de 1992 e junho de 2004. Na Satiagraha, Daniel Dantas acabou preso ao lado ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, e do megainvestidor Naji Nahas. A CPI também vai pedir às operadoras telefônicas que reapresentem os dados encaminhados à comissão com informações sobre as ligações que foram monitoradas pela PF nas operações. Os dados enviados à CPI estão muito misturados. Só na Operação Satiagraha, a Polícia Federal obteve autorização para monitorar pelo menos 54,7 mil horas linhas telefônicas em nome de pessoas e empresas investigadas.