quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Deputados gaúchos estão muito envolvidos, conforme os grampos

O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, no processo no Supremo Tribunal Federal que pediu autorização para investigação dos deputados federais gaúchos Eliseu Padilha (PMDB) e José Otávio Germano (PP), e dos deputados estaduais Alceu Moreira (PMDB, presidente da Assembléia Legislativa) e Marco Alba (PMDB, secretário estadual de Habitação), descreve as gravações obtidas na Operação Solidária, que investiga desvios de recursos públicos (por exemplo, roubo de recursos da merenda escolar) em vários municípios da Grande Porto Alegre, incluindo Canoas e Sapucaia. Antônio Fernando de Souza diz com todas as letras que Padilha e José Otávio Germano atuaram “na busca de êxito das manobras ilegais, intercedendo junto a autoridades constituídas”. Ele faz acusações mais graves contra o secretário geral do PMDB do Rio Grande do Sul, Eliseu Padilha. Citando escutas telefônicas, diz que Padilha “teria recebido vultosa importância como retribuição ao apoio emprestado ao êxito dos trabalhos visando a fraudar licitações”. Em outra interceptação, segundo o procurador, “trechos da fala do deputado estariam a estampar o desejo de receber a quantia não em duas vezes, mas integralmente, em certa data”. O procurador geral Antonio Fernando de Souza acrescenta que as ações dos deputados “visam a favorecer o grupo liderado pelo empresário Marco Antônio Camino”. Dono da MAC Engenharia e da Multilagos Geração de Energia Elétrica, o empresário Marco Antonio Camino teve dois telefones e um e-mail grampeados pela Polícia Federal. O total de transcrições de escutas envolvendo os deputados gaúchos alcança 59 páginas. Foram grampeados 21 números de celulares.