sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Empresário venezuelano disse que foi obrigado a assumir dinheiro da mala

O empresário venezuelano Guido Alejandro Antonini Wilson, que mora em Miami, disse em seu julgamento, na Flórida, que foi obrigado a confessar, na Argentina, que era dono dos US$ 800 mil (R$ 1,5 milhão) com que tentou entrar no país, no último dia 12 de agosto. Ele acusou uma funcionária da alfândega argentina, que teria dito que, caso ele não confessasse a posse do dinheiro, "teria problemas". O empresário afirmou que o dinheiro pertencia a Claudio Uberti, funcionário do governo Kirchner, que viajava no mesmo avião. Disse também que havia outra mala de Uberti, com US$ 4,2 milhões (R$ 7,6 milhões) e que não foi apreendida. A declaração foi dada no quarto dia de julgamento em Miami do "Caso da Mala", que investiga um envio ilegal de dinheiro da Venezuela para a Argentina, para financiar a campanha eleitoral da atual presidente, Cristina Kirchner. Antonini Wilson é a testemunha principal da Promotoria Federal dos Estados Unidos no julgamento contra seu compatriota Franklin Durán, que é acusado de conspirar e atuar como agente do governo da Venezuela para encobrir a origem e destino da mala com US$ 800 mil. Segundo as provas da Promotoria Federal apresentadas no julgamento em Miami, o dinheiro levado por Antonini Wilson procedia dos cofres da empresa estatal Petróleos de Venezuela S/A (PDVSA). No mesmo avião, estava também o diretor da PDVSA, Diego Uzcátegui Matheus, que renunciou depois do escândalo.