quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ex-major argentino torturador e acusado de massacre durante a ditadura é preso no Rio de Janeiro

A Interpol prendeu Norberto Raul Tozzo, nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro. Ele é ex-major do exército argentino e acusado de ter comandado, em 1976, o seqüestro e assassinato de 22 pessoas que se opunham à ditadura militar na Argentina. Na época, o exército informou que a chacina, conhecida como o Massacre de Margarita Belém, era resultado de um enfrentamento entre grupos subversivos rivais. Em 2004 o governo argentino pediu a prisão de 10 militares envolvidos com os assassinatos, mas Norberto Raul conseguiu fugir para o Brasil. De acordo com o chefe da representação regional da Interpol, delegado Paulo Ricardo Oliveira da Silva, o ex-major foi preso em um hotel de Ipanema, na zona sul da cidade, onde se hospedava com nome falso e se encontrava sem identidade. O delegado diz ainda que Norberto Raul disse: “Ele disse que na época do fato apenas cumpria ordens e que as pessoas que foram mortas eram guerrilheiros”. O ex-militar argentino foi levado para o presídio Ary Franco, onde vai aguardar o término do processo de extradição conduzido Supremo Tribunal Federal. Na Argentina, ele deve responder pelo crime de genocídio. Dos 22 mortos no massacre comandado pelo genocida Tozzo, apenas os corpos de sete pessoas foram entregues às famílias. Os demais nunca foram encontrados.