quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Governador paulista José Serra lança Programa de Recuperação de Moradias de favelas

O governador de São Paulo, José Serra, lançou nesta quarta-feira o Projeto-Piloto do Programa de Recuperação de Moradias em favelas, a ser desenvolvido em bairros da periferia pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). Durante o ato também foi dada a largada ao Curso de Formação de Pintores da União da Vila Nova, no Jardim Pantanal, a maior favela da capital paulista. No projeto-piloto de um programa que visa à valorização da paisagem urbana da periferia, 300 casas de União da Vila Nova terão suas paredes externas rebocadas ou chapiscadas e pintadas, conforme projeto do arquiteto Ruy Ohtake, com a participação dos moradores do bairro. Cerca de cinco mil casas de bairros da periferia da capital vão ser recuperadas e vão ganhar novas cores, a partir de propostas do arquiteto Ruy Ohtake e como parte de um amplo programa de reurbanização desenvolvido pelo governo de José Serra. “Vamos transformar o Pantanal num bairro, canalizando córrego, fazendo dois parques, embelezando as casas existentes, a São Paulo de cara nova, com a colaboração do Ruy Ohtake e a construção de mais 3.200 unidades habitacionais. Também vamos facilitar o acesso ao transporte da CPTM, com uma passagem de nível e ciclovia. Não funciona a idéia de levar as pessoas pra muito longe porque elas têm a vida organizada aqui", destacou José Serra. O projeto-piloto do governo José Serra servirá também de modelo para outros núcleos residenciais em estágio de urbanização. O Curso de Formação de Pintores, patrocinado pela Associação Brasileira de Fabricantes de Tintas, vai proporcionar qualificação profissional a 10 moradores da comunidade, que durante duas semanas vão aprender técnicas de pintura em parede e textura. No período da pintura, fase prática do curso, os moradores, atualmente desempregados, vão receber bolsa no valor de R$ 450,00. A implantação do projeto está sendo feita com participação direta dos moradores do bairro de União da Vila Nova. Nas duas primeiras reuniões, Ohtake expôs pormenores do trabalho e a comunidade escolheu as ruas que deveriam ganhar novas cores: Papiro do Egito, Adão Manoel, do Parque, 1º de Março e Denner. Um dos critérios da escolha foi geográfico, pois essas ruas dão vista para o novo viaduto que liga a Avenida Jacu-Pêssego à Rodovia dos Trabalhadores e o colorido das casas vai mostrar aos que passam a transformação do antigo núcleo carente em um bairro recuperado. A escolha das cores a serem usadas na pintura também foi feita pelos moradores entre 16 opções de uma cartela apresentada por 80 agentes comunitários em consulta de casa em casa. A tinta para a pintura das primeiras 300 casas está sendo doada por associados da Associação Brasileira de Fabricantes de Tintas (Abrafati). A recuperação das moradias está incluída num programa mais amplo de urbanização do bairro, desenvolvido pela CDHU, com investimentos de R$ 59,6 milhões. Está aí um programa inacreditável para ser imitado pelo prefeito de Porto Alegre, José Fogaça. E está aí também um programa para acabar com a letargia dos arquitetos gaúchos, que vivem teorizando sobre políticas sociais de habitação e urbanismo, mas que não fazem nada de prático para alterar a realidade.