terça-feira, 9 de setembro de 2008

Ministro Guido Mantega diz que dólares da camada do pré-sal vão triplicar reservas

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira que o dinheiro proveniente das reservas de petróleo na camada pré-sal poderá dar ao País recursos suficientes para triplicar as reservas internacionais, que ultrapassaram neste ano os US$ 200 bilhões. O aumento das exportações brasileiras e o acúmulo de reservas proveniente do pré-sal equacionarão por muitos anos os problemas externos, dando-nos um volume de reservas duas ou três vezes maiores que os atuais", afirmou o ministro na cerimônia de abertura das comemorações dos 200 anos do Ministério da Fazenda. Conforme Mantega, haverá dinheiro para equilibrar os gastos públicos e ainda melhorar o nível da educação brasileira. "O ingresso de maior arrecadação do petróleo, gás e derivados possibilitará um desempenho fiscal definitivamente satisfatório, enquanto uma parte desta disponibilidade de riquezas permitirá financiar investimentos e elevar definitivamente o nível da educação brasileira", disse ele. Mantega disse que o governo Lula pretende elevar os investimentos em setores como indústria naval, siderurgia, metalurgia, máquinas, equipamentos e logística, para fabricar os equipamentos necessários para a exploração da camada do pré-sal. Apesar de o início da exploração dessas reservas ser estimado para apenas 2014, na melhor das hipóteses, Guido Mantega atribuiu a notícia do descobrimento dessas reservas à "boa estrela da fortuna". "A boa estrela da fortuna que vem acompanhando os dois mandatos do presidente Lula nos sorri mais uma vez e nos coloca diante de um novo desafio, como desfrutar de toda a riqueza de gás e petróleo do pré-sal em benefício de toda a população brasileira", afirmou o ministro. Já o ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser Pereira afirmou que o dinheiro do petróleo pode significar mais problemas de valorização do real frente ao dólar, que traria riscos de desindustrialização para o País (a chamada doença holandesa) e queda nas exportações. "O dinheiro do petróleo vai posicionar o câmbio ainda mais para baixo", afirmou. "O Brasil precisa neutralizar a tendência de valorização do câmbio." Segundo ele, a melhor forma de fazer isso seria a redução dos juros, o controle de entrada de dólares no País e o imposto de importação para alguns setores.