quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Polícia Federal identifica câmeras escondidas e freqüências de escutas ambientais na reitoria da UnB

O reitor da UnB (Universidade de Brasília), Roberto Aguiar, dispõe de uma análise preliminar da Polícia Federal que indica que ele e seu chefe-de-gabinete, Rodrigo Falcão, também foram vítimas de escutas ilegais. Nos últimos cinco meses, os policiais encontraram três câmeras de vídeo escondidas e identificaram freqüências de escuta ambiental próximas ao prédio da reitoria. "As primeiras análises indicam que o esquema utilizado era profissional e que não havia nada de artesanal. Quem colocou tinha acesso ao prédio, pois a fiação estava cuidadosamente escondida no forro do teto e também nas divisórias das paredes", disse Roberto Aguiar. "Uma das câmeras, por exemplo, era de último tipo", afirmou ele, que aguarda o relatório conclusivo sobre as investigações para o final do mês. Duas câmeras foram encontradas no teto da sala do reitor: uma estava direcionada para o interlocutor que se sentava à frente de Aguiar e a outra para a mesa de reuniões. A terceira câmera foi colocada na divisória que separa o gabinete de Aguiar da sala de seu assessor. Esta última câmera também estava direcionada para o interlocutor que se sentava à frente do chefe de gabinete. Durante as investigações, os peritos descobriram ainda que a fiação que ligava parte das câmeras ficava escondida em uma gaveta (mantida trancada) de um móvel na sala do chefe-de-gabinete. Ao abrirem a gaveta, os policiais descobriram um bilhete escrito à mão, no qual lia-se "nós voltaremos". O bilhete, as câmeras e as fiações, além de outros dados, são objetos de análise da Polícia Federal. Antes, Aguiar havia pedido que uma equipe vistoriasse o entorno do prédio da reitoria. "Encontraram freqüências de escutas ambientais. Descobriram que do lado de fora da reitoria, do estacionamento, por exemplo, era possível saber o que se conversava aqui dentro", disse ele.