terça-feira, 9 de setembro de 2008

Presidente do Supremo depõe por 30 minutos para a Polícia Federal no caso do grampo de seu celular

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, prestou depoimento nesta segunda-feira à Polícia Federal por cerca de 30 minutos no inquérito que investiga os grampos telefônicos contra autoridades dos três Poderes. Gilmar Mendes apresentou aos policiais detalhes de sua conversa com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), grampeada por agentes da Abin (agência Brasileira de Inteligência). O ministro, porém, não quis revelar detalhes da conversa com os delegados. "Eu relatei só aquilo que eu conheço, as minhas conversas, isso já está devidamente esclarecido", afirmou ele. O ministro não quis comentar denúncia de que Francisco Ambrósio do Nascimento, ex-agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), teria coordenado na Polícia Federal escutas telefônicas que tiveram como alvo congressistas, ministros e jornalistas, como revelado por reportagem da revista "IstoÉ". Na opinião de Gilmar Mendes, a Polícia Federal vai trabalhar tanto com a possibilidade de Ambrósio ser responsável pelos grampos como com outras alternativas que estão mantidas em sigilo pelos policiais. Segundo assessores do ministro, Gilmar Mendes disse aos policiais que não foi a primeira vez em que teve a impressão de estar sendo monitorado clandestinamente. Durante a Operação Navalha, da Polícia Federal, Gilmar Mendes disse aos policiais que acredita ter sido grampeado depois que uma conversa telefônica com o procurador-geral da República acabou vazando para jornalistas.