segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Procuradoria da República recolhe maleta que rastreia celular em presídio

Um aparelho importado usado pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional) para rastrear celulares em unidades prisionais de todo o País foi recolhido para perícia pelo Ministério Público Federal. O recolhimento do aparelho, que custou cerca de R$ 700 mil e foi trazido em maio passado de Israel, ocorreu há 15 dias e não há prazo para devolução. Por conta disso, de acordo com o Ministério da Justiça, pedidos de varredura feitas por dois governos estaduais já deixaram de ser feitos nesse período. A pasta não divulga os Estados justamente para não alertar os criminosos. O aparelho, conhecido como ERB móvel ou sistema de extração de identidade de celular, já foi usado quatro vezes desde a sua aquisição pelo governo federal. Passou por penitenciárias do Ceará e de Mato Grosso do Sul, entre elas a unidade federal de Campo Grande, e pelo presídio de Catanduvas (PR). Com a ajuda desse aparelho, de acordo com o Depen, recolheu-se cerca de mil celulares tanto em penitenciárias cearenses como em sul-matogrossenses. O equipamento é uma espécie de laptop com antena. Ele pode identificar, um a um, os celulares existentes dentro de uma unidade prisional, além de bloqueá-los em seguida. Embora o aparelho possa gravar conversas, o Depen informou que a maleta é usada apenas para bloquear o uso de celulares em presídios. O pedido do Ministério Público Federal, autorizado pela Justiça Federal, ocorreu por conta da crise nacional gerada pelo uso indiscriminado de interceptações telefônicas, após gravação e divulgação de conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).