segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Senador Garibaldi Alves quer Polícia Federal fora da investigação sobre grampo

Diante da informação de que ex-arapongas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) se instalaram na sede da Polícia Federal, durante a Operação Satiagraha, o presidente do Congresso Nacional, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), pediu no que o governo Lula reveja a decisão de entregar à própria Polícia Federal a investigação do grampo de uma conversa telefônica entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). A reportagem sustenta que foram gravadas milhares de horas de diálogos telefônicos que extrapolaram as autorizações legais da Justiça, entre elas as de advogados, lobistas e inúmeros jornalistas. Garibaldi Alves disse que as novas denúncias, apresentadas pela revista IstoÉ, "precisam ser apuradas urgentemente". Ele considerou "particularmente grave a suspeita", a informação de que parte dos agentes e ex-agentes da Abin teria se instalado, clandestinamente, dentro do prédio da Polícia Federal, em Brasília. "Esses fatos revelam um espectro ainda maior da chamada rede de escuta ilegal, principalmente porque vincula a própria Polícia Federal a essas operações. E é a Polícia Federal que está investigando o caso relacionado ao diálogo do ministro Gilmar com o senador Demóstenes", disse ele. Reportagem publicada na edição desta semana da IstoÉ identifica no agente Francisco Ambrósio do Nascimento, da Abin, o espião que coordenou na Polícia Federal uma equipe que fez a escuta de 18 senadores, 26 deputados federais, de ministros do Judiciário, da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Nascimento, ex-agente do extinto Serviço Nacional de Inteligência (SNI), foi uma espécie de braço direito do delegado federal Protógenes Queiroz na Operação Satiagraha.