quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Acordo com oposição deixa cocaleiro trotskista Evo Morales perto da reforma do Estado

O presidente da Bolívia, o cocaleiro trotskista Evo Morales, encaminhou nesta terça-feira seu projeto político de "refundação da Bolívia", como ele o chama, ao sancionar uma lei para a realização do referendo sobre a nova Constituição. Assim ele conseguirá iniciar a sua reforma do Estado boliviano, embora tenha sido obrigado a fazer concessões para as oposições. "Sinto que o processo de mudança não tem mais volta. Digam o que disserem, façam o que fizerem, o neoliberalismo já não vai voltar", disse o cocaleiro trotskista presidente, após sancionar a lei do referendo em uma improvisada mesa instalada na praça Murillo, onde passou mais de 24 horas junto a milhares de seus seguidores. A norma convoca o referendo constitucional para 25 de janeiro de 2009, em um acordo político com a oposição que inclui também eleições gerais antecipadas para 6 de dezembro do próximo ano. O consenso, que parecia impossível, só foi alcançado depois que o cocaleiro trotskista Evo Morales renunciou à possibilidade de uma segunda reeleição e aceitou a correção de cem artigos de seu projeto constitucional, o que equivale um quarto do documento aprovado pela Assembléia Constituinte em 2007. O partido de Morales, Movimento ao Socialismo (MAS – de origem trotskista, cujas origens estão no ERP – Exército Revolucionário Popular, da Argentina), aceitou modificações substanciais em assuntos como autonomias, terras, sistema eleitoral, composição do poder Legislativo e reformas judiciais.