quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Comitê LGBT que apóia ricaça petista Marta Suplicy diz que publicidade é homofóbica e desagrega

O "Comitê LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) Marta Prefeita" divulgou um manifesto de repúdio à propaganda eleitoral da candidata petista à prefeitura de São Paulo, na qual um locutor pergunta se o eleitor procurou saber se o candidato Gilberto Kassab (DEM) é casado e se tem filhos. O prefeito é solteiro, sem filhos. Considerada homofóbica, a propaganda acertou em cheio o orgulho dos militantes homossexuais do próprio PT. Assinado por três militantes gays do PT, o documento aponta cinco razões para considerar "esse tipo de linha de campanha errado e inaceitável".De acordo com o texto, a propaganda viola o direito à privacidade e à intimidade; reforça o preconceito e a homofobia; é uma crítica moralista e preconceituosa, que reitera a heteronormatividade; está em desacordo com a trajetória política da ricaça petista Marta Suplicy, que é pioneira na defesa do direito de mulheres e homossexuais; e usa um argumento que "desagrega", afasta e divide a base militante. "Ficamos perplexos. Eu acho que quem teve essa idéia infeliz dialogou com o senso comum, cometeu um equívoco eleitoral. Então os gays casados, ou lésbicas, não podem ser bons políticos?" - diz Julian Rodrigues, do Setorial Nacional LGBT do PT. O secretário da International Lesbian and Gay Association para a América Latina e Caribe, Beto de Jesus, também petista, considera a propaganda "um desastre". "A primeira coisa que eu fiz foi ligar para a direção do partido e dizer que aquilo não podia estar acontecendo, foi intolerável”.