sábado, 11 de outubro de 2008

Dólar termina a semana a R$ 2,31 e Bovespa encerra com queda de 8,47%

O Banco Central interferiu na sexta-feira mais uma vez no mercado de câmbio para tentar conter a escalada das taxas, em um novo dia de pânico. Nas últimas operações do dia, o dólar comercial foi cotado a R$ 2,316 na venda, em alta de 5,36%. Trata-se do preço mais alto para a moeda norte-americana desde maio de 2006. Os agentes financeiros entraram em pânico com a perspectiva de uma recessão global, reforçada desde quinta-feira pelas notícias de prejuízos para empresas não-financeiras, como os das gigantes norte-americanas do setor automobilístico, General Motors e Ford. Assim, a corrida para o dólar parece se explicar exclusivamente pelo fato de a moeda se escudar nos títulos do Tesouro norte-americano, um dos poucos ativos considerados de liquidez garantida. No médio prazo a queda nos preços das commodities (matérias-primas) também deve contribuir para enfraquecer a moeda brasileira frente ao dólar. Assim as empresas brasileiras também não se mostram imunes à crise. A volatilidade fez o Banco Central atuar três vezes no mercado de câmbio na sexta-feira. Pela manhã, fez um leilão com o dinheiro das reservas e vendeu dólares a R$ 2,275. Ainda pela manhã o Banco Central voltou a usar as reservas internacionais e vendeu dólares no mercado financeiro, por meio de um leilão de câmbio promovido entre as 10h40 e 10h50. A autoridade monetária aceitou ofertas dos agentes financeiros por R$ 2,275. Por volta das 13 horas foram vendidos US$ 589,3 milhões de contratos cambiais que oferecem proteção contra a alta da moeda (os contratos de "swap" cambial). E às 15h30, em novo leilão de reservas, os dólares do Banco Central foram vendidos a R$ 2,311. O Banco Central vendeu ainda na sexta-feira um novo lote de contratos de câmbio, no valor de US$ 589,3 milhões. Foi o quinto dia seguido de leilões de "swap" cambial.