quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Empresas mudam posição e provocam elevação do dólar no País

Além da crise de crédito e da fuga de recursos para investimentos de menor risco, a alta do dólar, no Brasil, que já chega a cerca de 50% desde agosto, tem um componente adicional: muitas empresas que fizeram aposta de alto risco na manutenção do dólar numa faixa de R$ 1,60 a R$ 1,70 até o final do ano, em operações de câmbio, estão desmontando suas posições abruptamente e, para isso, compram dólar de forma alucinada. É essa a razão que fez o dólar subir na terça-feira 5,14% e atingir R$ 2,311, maior valor desde 31 de maio de 2006, apesar das vendas da moeda realizadas pelo Banco Central. O Banco Central está avisado desse movimento, mas nada pode fazer, porque são operações legais e sigilosas. Os rumores do mercado são que o total dessas operações pode ter atingido R$ 40 bilhões. As duas únicas operações que vieram a público foram da Aracruz e da Sadia. As perdas da Aracruz somaram R$ 1,9 bilhão, e as da Sadia, R$ 750 milhões. As duas perdas, verdadeiras quebras de sigilo bancário, foram feitas pelo presidente Lula. E eles criticou as empresas justamente porque tinham apostado errando, apostaram na manutenção do real valorizado, justo o que o governo Lula fazia bestamente. Aí está agora o resultado dessa política cambial vesga, causando monumentais prejuízos.