terça-feira, 7 de outubro de 2008

Ex-paramilitar colombiano diz que grupo incinerava vítimas

Os paramilitares construíram fornos para incinerar os corpos de suas vítimas, enquanto as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, organização terrorista e traficante de cocaína) usam atualmente portadores de deficiências mentais para transportar e instalar explosivos, denunciaram nesta segunda-feira um ex-combatente e um oficial. Jorge Ivan Laverde Zapata, conhecido como El Iguano, ex-chefe das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC, paramilitares) no departamento (Estado) do Norte de Santander, disse que homens do grupo incineraram suas vítimas em fornos construídos principalmente para isso. Os paramilitares construíram em 2001 um primeiro forno em Juan Frío, uma paragem rural do município de Villa del Rosario, no qual incineraram 28 corpos, confessou o ex-comandante do chamado bloco Fronteiras das AUC, em uma versão dentro do processo de Justiça e Paz, que serve de marco legal para a desmobilização paramilitar. El Iguano admitiu que as vítimas foram incineradas nesse lugar, cerca de 800 km ao nordeste de Bogotá, para evitar riscos e eliminar evidências. Em 2003, outro forno foi construído na mesma região e com fins similares, revelou igualmente o ex-chefe paramilitar. Em ambos os fornos teriam sido incineradas cem vítimas, acusadas de pertencer às Farc. Por outra parte, o coronel Marcos Evangelista Pinto, comandante de um batalhão do Exército no departamento de Huila, sul, revelou a emissoras locais que a frente 37 das Farc, sob comando de um guerrilheiro conhecido como Pablo, recruta indigentes e drogados para que instalem explosivos nessa região colombiana.