segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Justiça determina prisão preventiva do publicitário Marcos Valério em São Paulo

A Justiça Federal em São Paulo decretou a prisão preventiva do publicitário Marcos Valério, investigado durante a Operação Avalanche, da Polícia Federal. A decisão foi tomada pela juíza Paula Montovani Avelino, da 1ª Vara Federal Criminal de São Paulo, na última sexta-feira. Além de Marcos Valério, também Rogério Lanza Tolentino, outro investigado no caso, teve a prisão preventiva decretada. Ambos já cumpriam prisão temporária desde o dia 10, quando foi desencadeada a operação para investigar inicialmente a apropriação indevida de dinheiro apreendido durante fechamento de bingos. A prisão temporária foi prorrogada por cinco dias, mas expirou nesta segunda-feira. Na decisão, a juíza alega que os investigados sabiam, um dia antes da operação ser deflagrada, que seriam presos. Segundo a Polícia Federal, dois automóveis saíram de madrugada da casa de Marcos Valério, "provavelmente levando evidências que lá se encontravam e que lhes eram desfavoráveis". A Operação Avalanche cumpriu 17 mandados de prisão (oito preventivas e nove temporárias) e 33 mandados de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Segundo a Polícia Federal, o grupo foi dividido em três núcleos distintos, mas interligados: o primeiro grupo, através de contatos em órgãos públicos (Polícia Civil e Federal, Receita Federal e Estadual), é suspeito de obter informações privilegiadas sobre determinados empresários que apresentavam problemas junto ao fisco e, com base nesses dados, praticariam extorsão, exigindo valores em troca de possível solução. O segundo grupo atuaria em fraudes fiscais visando praticar importações ilegais por meio de empresas de fachada, contando com a ação de despachantes aduaneiros junto ao Porto de Santos. O terceiro grupo, de acordo com a Polícia Federal, foi identificado no momento em que uma empresa que havia sido autuada pela Receita Estadual em mais de R$ 100 milhões utilizado-se, como tática de defesa, da desmoralização dos fiscais responsáveis pela autuação através da instauração de inquérito policial com base em fatos inverídicos.