quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Militantes do MST paraguaio invadem terras dos brasileiros para expulsá-los das propriedades

Militantes do MST paraguaio deram um prazo de 72 horas para que o governo expulse os fazendeiros brasileiros de terras que, segundo eles, seriam destinadas à reforma agrária. Essas terras foram adquiridas pelos brasileiros para o cultivo da soja. O Paraguai é o terceiro produtor de soja na América do Sul e o sexto do mundo. Em General Resquín, departamento (Estado) de San Pedro, 340 quilômetros ao norte da capital, Assunção, cerca de 100 militantes do MST paraguaio invadiram nesta terça-feira uma fazenda de 1.500 hectares, impedindo a colheita de milho. "Já não queremos esperar, estamos cansados de reuniões e mais reuniões que não resolvem nada", disse o chefe “campesino” Anselmo Villagra. O grupo liderado pelo terrorista Villagra invadiu a propriedade do empresário importador de automóveis e campeão paraguaio de corrida de automóveis Francisco Gorostiaga. Os terroristas do MST paraguaio afirmam que a propriedade foi presente do ex-ditador Alfredo Stroessner (1954-1989) à mulher de Gorostiaga, que transferiu a área para o nome do marido, o qual alugou a propriedade para produtores rurais brasileiros. O chefete do grupo esquerdista Productores de San Pedro-norte, Elvio Benítez, afirmou na noite da segunda-feira que "o presidente Lugo não deve temer o Brasil, porque a terra é dos paraguaios". Segundo Benítez, algumas “organizações” deram como prazo até a noite de quinta-feira para que o governo "comece a recuperar a soberania paraguaia". "No departamento de San Pedro temos em vista umas 15 fazendas produtoras de soja, em poder de brasileiros, que vamos ocupar e resistir até o final se o governo não desalojar os usurpadores", afirmou o terrorista Benítez. Juan Néstor Núñez, presidente da patronal Associação Rural, disse que o Paraguai está "à beira de enfrentamentos armados". "As autoridades devem desarmar os campesinos", reclamou ele. Nuñez afirmou que há 20 fazendas de soja no Alto Paraná que não conseguem realizar a colheita: "E nenhuma autoridade nacional intervém”.