domingo, 26 de outubro de 2008

Opep reduz sua produção de petróleo em 5%

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reagiu na sexta-feira à queda do preço do petróleo causada pela crise financeira e anunciou a redução da produção em mais de 5%, além de pedir a seus principais concorrentes para que apóiem esta medida com limitações próprias de sua oferta. A decisão foi adotada na 150ª conferência ministerial extraordinária da organização, prevista inicialmente para 18 de novembro, mas antecipada de forma urgente depois que o preço do barril de petróleo despencou para menos de US$ 70,00. "A conferência decidiu reduzir sua parcela atual de produção da Opep-11 (todos os países-membros, menos Iraque e Indonésia) de 28,808 milhões de barris diários (mbd) para 1,5 milhão de barris por dia, a partir de 1º de novembro", disseram os ministros da organização na declaração final.O presidente da Opep, o argelino Chakib Khelil, lembrou que a crise financeira começou a afetar negativamente a economia real e a frear o consumo energético. A Opep calcula que o crescimento anual da demanda mundial de petróleo será este ano de apenas 400 mil barris diários e correrá exclusivamente a cargo das economias emergentes. Os principais produtores fora da Opep, como Rússia, Noruega e México, entre outros, estão convidados para participar da próxima reunião da organização, em 17 de dezembro, em Oran (Argélia), onde os ministros voltarão a avaliar a situação. A Arábia Saudita decidiu retirar do mercado 466 mil barris diários, mais que o dobro do que o Irã, segundo maior produtor. A Venezuela se comprometeu a reduzir seu bombeamento em 129 mil barris diários, e o Equador, em 27 mil barris diários. A Inglaterra considerou "decepcionante" o corte de produção aprovado pela Opep, afirmou na sexta-feira o secretário de Estado britânico de Energia, Mike O'Brien. Ele manifestou sua esperança em que a medida da Opep "não seja utilizada como desculpa" pelas empresas energéticas para aumentar os preços.