sábado, 4 de outubro de 2008

Opositores aceitam se reunir com o cocaleiro Evo Morales neste domingo

Os governadores opositores da Bolívia aceitaram na sexta-feira se reunir com o presidente cocaleiro trotskista Evo Morales neste domingo para discutir o futuro das negociações sobre a crise política nacional, suspensas há dois dias. O governador de Tarija, Mario Cossío, porta-voz de seus colegas dos departamentos (Estados) de Santa Cruz, Beni e Chuquisaca, confirmou a participação de todos no diálogo, após se reunir com delegações internacionais que tentam fazer a mediação do conflito. "Os governadores regionais nunca renunciaram ao diálogo e, apesar das novas prisões realizadas na quinta-feira, vamos no domingo à reunião com o presidente para discutir o futuro" deste processo, disse Cossío em entrevista coletiva em Cochabamba. A decisão de participar da reunião foi tomada depois que o governo confirmou, quinta-feira à noite, que o cocaleiro trotskista Morales estará presente na reunião. Há 15 dias e com poucos avanços, governo e opositores tentam chegar a acordos sobre o referendo para validar o projeto de Constituição promovido pelo cocaleiro trotskista Evo Morales, as autonomias exigidas pelos governadores regionais e o reparte da receita petrolífera ao Estado e às regiões. No entanto, em meados desta semana os governadores deram por suspensas as negociações por causa do que consideram um clima de "perseguição" contra os líderes e ativistas da causa autonomista, que o governo do cocaleiro trotskista acusa de serem terroristas por terem participado de atentados contra gasodutos, entre outros. Cossío reivindicou que o Estado cumpra a lei em todos os casos, e não só contra a oposição. Ele lembrou que o governo não agiu contra os camponeses integrantes das tropas de choque pró-Morales, que cercaram com armas a cidade de Santa Cruz, ou contra os líderes ligados ao governo que ameaçam fazer o mesmo contra o Congresso.