sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Paraguai diz que protegerá brasileiros com fazendas no país

O governo paraguaio reafirmou nesta quinta-feira que as fazendas de colonos e fazendeiros brasileiros nas regiões produtoras de soja serão protegidas de possíveis ocupações e ameaças de camponeses. Grupos de lavradores organizados do departamento de San Pedro, no centro do país, deram um prazo de oito dias a partir desta quinta-feira para que os brasileiros que cultivam soja nessa região, conhecidos como brasiguaios, abandonem suas fazendas. O presidente Fernando Lugo tomou posse em 15 de agosto prometendo uma reforma agrária integral, mas respeitando a propriedade privada e os investimentos estrangeiros. "O presidente Lugo garantiu ao presidente Lula da Silva o respeito aos direitos humanos, civis e políticos de quaisquer estrangeiros residente em nosso território", disse Victor Hugo Peña, diretor de Assuntos Especiais da chancelaria. Na terça-feira, produtores do departamento de Alto Paraná, no leste do país, pediram proteção às autoridades em Foz do Iguaçu, que faz fronteira com o Paraguai, ao se declararem ameaçados pelos sem-terra em plena época de semeadura da soja. Calcula-se que cerca de 300 mil brasiguaios, muitos deles com grandes plantações, vivem no Paraguai ao longo da extensa linha fronteiriça com o Brasil. A maioria se dedica ao cultivo da soja, principal fonte de divisas do Paraguai.